O suicídio

Uma noite dessas, sonhei que vi um suicídio. Eu estava no corredor de um prédio qualquer e, ao passar em frente a porta do elevador, escutei um tiro. Parei. A porta abriu. Lá estava um jovem caído com um tiro na cabeça e a arma, saindo fumaça, na mão direita. Escorria muito sangue. Fiquei desesperada. Peguei meu telefone e tentava ligar para a polícia mas, não conseguia. Típico de sonho. Quer dizer, de pesadelo. Pois, na verdade, não foi um sonho. Tive um pesadelo em que vi um suicídio.
Gostaria de saber o que isso significa. Eu nem conhecia o rapaz. Eu não quero cometer suicídio. Na verdade, eu não quero morrer. Gostaria de ser imortal para testemunhar o futuro da humanidade – ou da desumanidade. Quero saber aonde vamos parar. O mundo vai melhorar ou piorar? Vou ter que andar armada ou vou poder caminhar à noite no centro da cidade tranquilamente sem ser incomodada? Vou contar com uma aposentadoria que me permita uma vida confortável ou mendigar uma maca nos corredores dos hospitais públicos?
Eu não quero descobrir que o suicídio do meu sonho – pesadelo – signifique que eu estou perdendo a esperança em meu país. Quero acreditar que dias melhores virão.

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