Parva

Ela ainda não percebeu que cresceu. É ainda a filha quando já poderia ser a mãe. 
Ainda usa lápis cor-de-rosa cheio de flores quando já deveria abusar dos pretinhos 
básicos ... sem borracha numa das pontas. 
Ela adoraria estar num balanço de playground para garotinhas de dez anos, sendo que, hoje, deveria passar longe desses lugares.
Ela paquera garotos. Ela não sabe ... mas ela é a tia para eles. A dona... . 
Ela ainda chora em cenas tristes de desenho animado quando deveria estar se deliciando com longas sérios ou documentários.
Ela ainda usa roupas de cocota, querendo ser o que jamais será, quando deveria cobrir suas pernas com plenos sinais de idade um tanto avançada.
Ela precisa enxergar melhor seu mundo particular. Não percebe a triste cegueira de não aceitar que ... o tempo não para e aperta ... demasiadamente.
O obscurecimento pode levá-la a um fim triste e inócuo, insignificante.

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